Diversão no Campus
Enquanto eu preparo as entrevistas da 3ª Temporada, pensei que nessa semana seria legal termos um post sobre coisas que eu nunca esperei que fossem acontecem num intercâmbio. Estar numa cultura diferente exige uma adaptação cultural (veja mais no 20º episódio sobre choque cultural) e, na nossa vida, tem sempre aqueles desencontros e gafes engraçadas, não é mesmo?

Então eu vou compartilhar com vocês algumas coisas que aconteceram comigo e que são em alguma medida engraçadas ou estranhas.

Macarrão com geleia

Uma das recordações que a minha família mais ri a respeito foi do dia em que contei que no Campus na Hungria serviram macarrão com duas opções de complemento: açúcar de confeiteiro ou geleia. Quem me conhece, deve estar falando que não acredita que eu comeria alguma dessas coisas, porque eu não sou muito fã de comidas diferentes - digamos que meu estômago não as aceita muito bem, por isso eu evito.
Goulash
Mas se coloca no meu lugar: na Hungria eles comem muita sopa - daquela de água com umas coisinhas boiando. Isso quer dizer que toda semana tinha ao menos uma sopa, quando não era Goulash, composta de carne de porco com vagem. Eu detesto sopa, tipo mesmo. Só como sopa no Brasil se estiver doente e precisar de algo mais leve. Sempre associei sopa com comida de quando você não está bem - apesar de minha mãe sempre tentar me convencer de que sopa é bom.
Daí você está num lugar onde no campus temos sopa no almoço e na janta cold cuts (pão, margarina e presunto) como os pratos mais frequentes. Eu não como carne de porco nem sopa. No início você consegue compensar na salada de beterraba (com vinagre) ou repolho (com vinagre também). Depois de um tempo ou você se acostuma ou passa fome, porque nem sempre dá para ir até o Grill (não, lá não tinha churrasco) e pedir uma pizza ou salada Caesar, até porque não é lá muito saudável, são 40 minutos de caminhada e a dona não fala inglês.
Então, num belo dia, chego para almoçar morta de fome e tem macarrão. Sem molho. Só geleia e açúcar de confeiteiro. Depois do baque, tentei comer o macarrão puro. Mas macarrão sem sal é tipo comer minhoca né. Não tem gosto de nada - talvez alguém possa argumentar que macarrão caseiro tem, mas lembra que estamos falando de macarrão comprado para alimentar o campus todo, com certeza era bem industrial feito de farinha de trigo e não batata. Considerando a opção de continuar com fome ou comer "minhoca", joguei geleia em cima e mandei tudo pra dentro. Até que não era tão ruim, talvez dê para empatar com a sopa de água.

Antes que alguém julgue a Hungria pelo almoço doce ou sopa de água, quando fui para a 
Duas pizzas e uma coca-cola de dois litros
Pizza do Grill
Alemanha nesse mesmo ano, o acampamento em que estava trabalhando alugava um espaço no que foi um acampamento comunista no passado. E lá, uma vez por semana, no verão de 40º C, eles serviam uma sopinha fervendo que era um caldo com uma linguiça no meio e a outra opção (eram sempre duas) era um pão branco gigante com um molho de frutas vermelhas - ou o que apelidamos (nós brasileiros) de cérebro porque parecia um cérebro com sangue no prato! Depois de tantos meses à base de sopa, eu pedia sopa no almoço e aumentava minha temperatura corporal de 40º e derretendo para 50º e suando muito. Maaas, o bom era que de sobremesa sempre tinha ou sorvete ou rosquinha e compensávamos a tristeza do dia da sopa na deliciosa sobremesa.

Sem lugar para dormir

Kitnet que alugamos no HostelWorld por 20 reais
Estamos no spring break, em 2014. Eu e a Fê do 4º episódio acordamos 6h e pegamos o nosso trem para o centro de Bruxelas, onde encontraríamos dois amigos para participar de um projeto deles e depois voltar para Budapeste, onde ficaríamos por 5 dias. Passamos o dia com o mochilão nas costa e, cansados, chegamos em Budapeste por volta das 22h.

Quando entramos no ônibus que ia do aeroporto para o metrô, de repente, veio à minha mente de confirmar se ele iria mesmo para o metrô. Quando cheguei no cobrador e perguntei se o ônibus iria para o metrô (em inglês), o motorista húngaro me respondeu: "no metro". Eu, em inglês, expliquei que eu precisava ir para o metrô, recebendo a mesma resposta de "no metro".

Voltei então e falei para o Hugo, do 10º episódio, que o motorista havia me dito que o ônibus não ia para o metrô e que ele era a melhor pessoa para falar com pessoas que não falam o nosso idioma. Na verdade, eu não faço ideia de como, mas ele se comunica com pessoas em qualquer idioma! Haha Enfim, o Hugo foi lá e entendeu que o metrô não funciona à noite, por isso não conseguiríamos ir para lá.

Então, enquanto pensávamos no que fazer - porque nessa época viajamos só com o mapa baixado no celular, mas sem simcard e, portanto, sem internet - um homem entrou no ônibus, que ainda não havia partido e o Hugo conversou com ele, que nos explicou como chegaríamos ao apartamento que eu e minha amiga tínhamos alugado. Essa pessoa simplesmente saiu do ônibus antes de partir e, percebemos depois, que nos deu todas as instruções precisas de como chegar. Ela entrou só para nos ajudar!

Depois desse ônibus que nos deixou numa estrada no meio do nada, pegamos um segundo ônibus que nos deixou perto da linha do tram (tipo um bondinho). Enquanto esperávamos o tram, fiquei super assustada com uma briga de dois moradores de rua mas, graças a Deus, não aconteceu nada conosco.

Liberty Bridge (Szabadság híd) em Budapeste
O tram nos deixou no centro de Budapeste, perto do apartamento. Ao pararmos lá, entramos numa lanchonete e confirmamos o endereço. Daí, encontramos uma moça - isso já perto da meia noite - que se dispôs a nos levar por aquelas ruas ermas até o prédio do apartamento. Enfim, chegamos! Só que com algum atraso e, por isso, o pessoal do hostel não estava mais lá. Frustradas, procuramos outro hostel, mas não achamos nada equivalente e eu cansada disse que ia para o McDonald's e ia virar a noite lá. Ainda bem que meus amigos são legais e não me abandonaram! No dia seguinte fomos ao apartamento e o resto da nossa estadia foi maravilhosa! Eu e a Fê pegamos uma kitnet por 20 reais/diária no coração da cidade! Nunca mais reencontramos essa oferta!

Ônibus que quase não veio

Prontos para 10h dentro de um ônibus
Nesse mesmo ano, estava com o Hugo e mais uns amigos que vocês - ainda - não conhecem na Eslováquia e iríamos ser voluntários na Alemanha. Procuramos os melhores preços de ônibus para ir de Bratislava para Berlim (cerca de 10h de viagem) e, depois de olharmos muitas passagens, escolhemos a da OrangeWays.

Chegou perto do dia da viagem e pedi para uma amiga Eslovaca confirmar sobre a partida do ônibus. Pois bem, ela ligou na estação e disseram que não tinha nenhum ônibus com esse destino agendado. Começou aí o estresse né? Chegou o dia e nada confirmado né? Chegamos na estação e necas do ônibus. Nós oramos porque precisávamos ir para Berlim e, de repente, chega um ônibus branco, sem logomarca nem nada com destino a Berlim. E assim foi, 10 horas de viagem e chegamos no horário esperado no terminal!

Jangada precisa de placa?

Adolescentes brincando no lago
Estávamos trabalhando no acampamento Palavra da Vida e, nesse período de 2 meses, os meninos deram uma oficina para os adolescente sobre como construir uma jangada. Depois de pronta a jangada, nós e os adolescentes subimos nela para brincar e, enquanto nos divertíamos, fomos chamados para voltar mais perto da praia - era um lago enorme - e, ao retornarmos, questionamos o porquê de termos que ficar perto da margem. A explicação foi bem simples: na Alemanha, qualquer embarcação que esteja a uma certa distância da margem tem que ter placa!

Furo de Inglês

Hungria
De volta na Hungria, um dia a responsável pelo nosso quarto, nos chamou para conversarmos sobre uma sacola na geladeira que tinha sumido. Ela perguntou se alguma de nós tinha visto. Fazia pouco tempo que eu tinha chegado e, confusa, entendi que estavam perguntando quem tinha posto a sacola na geladeira, ao que respondi "eu!". Pois bem, todo mundo me olhou pasmo, então perguntei: "Vocês queriam saber de quem era a sacola na geladeira, não era?" e as meninas "Não, a gente queria saber quem pegou a sacola porque não sei quem não está achando!". Eu então pedi desculpas e falei que tinha entendido errado! Que vergonha!

E você, já cometeu gafes no intercâmbio?

Até a próxima e boas viagens!

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