
No episódio #19 entrevistei a
Carol Freitas, que esteve aqui no
sexto episódio do podcast contando sobre o intercâmbio dela para os Estados Unidos durante o ensino médio e agora dessa vez ela veio para compartilhar sobre o intercâmbio dela para Passau, na Alemanha, durante o curso de Administração na
FEA USP. Como eu falei no outro episódio, nós nos conhecemos durante a graduação e meu intercâmbio para a França também foi pela FEA.
Passau é chamada de Cidade dos Três Rios, por se situar onde os rios Danúbio, Inn e Ilz se encontram. A cidade está situada perto da divisa com a Áustria, sendo conhecida pela arquitetura gótica e barroca.
A Carol se candidatou ao intercâmbio em meados de agosto, para iniciar as aulas em março - sim as aulas da faculdade dela na Alemanha começavam em março. Ela já tinha passado dois meses na Alemanha com a sua escola, o
Porto Seguro, onde estudou também o idioma alemão.
Por que Alemanha?
Voltar a praticar o alemão era um dos motivos, mas além disso, a FEA USP possuía convênio com diversas universidades lá, abrindo um leque vasto de opções para a Carol. Além disso, por ter ficado durante dois meses hospedada na casa de uma família alemã enquanto fazia o intercâmbio com o colégio, a Carol já tinha um contato no país.
#ficaadica: Para quem está entrando na universidade agora e pretende começar a cursar um idioma (depois de já ter feito inglês) recomendo dar uma olhada nos principais países com os quais a sua universidade tem convênios de intercâmbio, assim aumenta o número de opções quando você for se candidatar
O que impacta na sua escolha de intercâmbio na FEA/USP?
1. Nota
2. Ter feito parte de uma entidade da faculdade - por exemplo o centro acadêmico ou a atlética
3. Ter feito iniciação científica
Qual provas de proficiência são necessárias?
1. Atestado de proficiência em inglês - a Carol podia ter o
CAE ou o
TOEFL
2. Atestado de proficiência em alemão - certificado do próprio Porto Seguro
Como a Carol escolheu moradia?
Ela quis ir já com um lugar reservado e acabou ficando no dormitório da faculdade, onde tinha seu apartamento com quarto banheiro e cozinha. O que ela viu como desvantagem foi o fato de sentir-se sozinha. Inclusive, eu tive a mesma sensação morando na França. Ter seu apartamento é gostoso, mas morar fora do país num apartamento só seu às vezes é solitário.
A Carol recomenda que você fique num hostel nos primeiros dias e depois escolha onde morar, dividindo com alguém que conheceu por lá. Inclusive foi isso que a irmã mais nova dela fez quando teve a oportunidade de fazer intercâmbio.
Como chegar até Passau?
A Carol foi de avião até Munique e de lá ela foi de ônibus para Passau.
Programa de buddy
É comum as faculdades terem programas de buddy, onde um nativo ajuda um intercambista a se enturmar e conhecer a cidade. A Carol optou por fazer parte do programa da faculdade dela lá em Passau e adorou sua "buddy" alemã. Inclusive, a buddy da Carol já tinha vindo para o Brasil e, como não ia estar no primeiro dia para recepcionar a Carol, recomendou que um amigo seu que era brasileiro a recepcionasse.
#ficaadica: para quem está no Brasil ainda, é possível fazer parte de programas de buddy para recepcionar estrangeiros. É uma forma de você praticar um idioma enquanto ajuda um estrangeiro a se integrar no Brasil. Na USP o programa chama
ifriends.
Andar com brasileiros no intercâmbio é bom?
A opinião da Carol é de que essa rede de suporte de brasileiros no exterior é muito importante para te ajudar a ter um gostinho de casa fora. Eu concordo, acho que amigos brasileiros ou ao menos não-nativos te ajudam a vencer o choque cultural no início. O importante, como ela ressaltou, é não se isolar ou se fechar num grupo de brasileiros.
Como foi a adaptação?
Bem fácil! O estereótipo de alemães frios não se confirmou, a Carol se enturmou fácil e aproveitou muito a viagem.
Viajou muito?
Sim! Nos feriados e finais de semana, mas deu para conhecer bastante da Europa.
Algo curioso?
O modo como a Carol conheceu o Gustavo, melhor amigo dela. Ela desconfiou que ele era brasileiro enquanto eles esperavam o ônibus, então fingiu que estava gravando um áudio em Português para ver se ele reagiria haha. Alguns segundos depois o Gustavo falou "oi, você é brasileira?" e assim surgiu uma amizade que perdurou o intercâmbio todo. #CarolEstrategista
Quanto tempo brasileiros podem ficar na Europa sem visto?
Na maior parte da Europa até 3 meses. Isso vale para os países que fazem parte do Acordo de Schengen, dentre os quais a Alemanha. Como a Carol iria ficar mais tempo do que isso no país, ela obteve o visto de estudante.
Seguro de saúde
A Carol recomenda contratar na Alemanha, porque lá você encontra opções mais baratas do que reservando do Brasil.
Dicas da Carol
1. Divida o apartamento com alguém, isso enriquece sua experiência no exterior
2. Pegue aulas do idioma local e não apenas em inglês
3. Ter sempre uma cópia do passaporte com você
4. Vá em festas típicas
Por fim, entramos numa discussão sobre a qualidade de vida que é estar numa cidade pequena. Nós que estamos em São Paulo muitas vezes não nos damos conta de que temos tantas opções do que fazer mas vivemos tão agitados que não temos tempo para aproveitar. O COVID-19 nos forçou a fazer uma pausa e espero que a reflexão que ele trouxe nos leve a aproveitarmos mais a vida em uma passo mais sossegado.
Abraços e boas viagens!
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