Nossa entrevistada dessa semana foi a Natália Barbosa. Formada em engenharia química pela USP, a Naty estava procurando um intercâmbio para aprimorar seu inglês voltado a negócios. Dentre as muitas opções de países para se estudar inglês, os planos dela eram de ir para a Europa, mas os preços dos pacotes da agência eram melhores para os Estados Unidos e para o Canadá. Ela fez um teste com suporte da agência para auxiliar na escolha. Os resultados não apontaram nem para Europa nem para a América do Norte, mas sim para a África ou Oceania! A Naty escolheu então ir para a Austrália e com certeza foi a escolha certa, porque em suas palavras "parecia que estava vivendo um sonho". Ah, ela não foi a única que disse isso, a Camila do 23º episódio também se sentiu num sonho vivendo em Manhattan.

Visto

O pacote que a Naty contratou com a agência West 1 era bem completo, incluindo tanto a obtenção do visto, quanto a permissão para trabalhar no país. Pelo que a Naty contou, é necessária a elaboração de uma carta ao consulado explicando o porquê da viagem e qual a duração. O fato de ela ter concluído o doutorado, auxiliou na obtenção do visto australiano.

Homestay

A Naty ficou sabendo para qual família iria apenas uma semana antes da viagem: era uma família libanesa, que a recebeu muito bem. Um casal de senhores que a tratava como filha, e até se preocupavam quando ela demorava para chegar em casa. O mais legal é que a amizade não acabou por lá, mas ainda hoje eles trocam mensagens e mandam fotos dos netinhos para ela.

No homestay, a Naty tinha direito a café-da-manhã e janta durante toda a semana. Aos finais de semana, ela ainda tinha direito a um lanche no almoço. Eu perguntei se a comida árabe deles era como a nossa, mas a Naty disse que o tempero era bem diferente dos nosso!

Trabalho

A Naty pensava em trabalhar na Austrália quando estava planejando a viagem no Brasil. Mas após começarem as aulas, ela percebeu que o curso exigiria muita dedicação e que, se objetivo dela era obter a proficiência no idioma, deveria focar nisso. Esse é um ponto legal que a Camila já tinha comentado no 23º episódio: filtre suas oportunidades no intercâmbio pelo seu objetivo. Há muitas opções legais do que fazer, mas você deve focar no propósito.

Família com filho autista
Antes de sair do Brasil, a Naty contatou a IFES, que é o movimento internacional da Aliança Bíblica Universitária do Brasil. Para quem não conhece a ABU, ela é um movimento cristão interdenominacional que se reúne nas faculdades para estudar a Bíblia. A IFES indicou a Scots Church Sydney, onde a Naty foi super bem acolhida. A igreja reunia diversos estudantes da Universidade de Sydney, inclusive vários estrangeiros da Coréia do Sul, Escócia, Holanda e Singapura, mas de brasileira só tinha ela mesmo. O que ela achou mais legal, foi que assim que chegou na igreja, o pastor e sua esposa logo a convidaram para ir comer na casa deles. Além disso, mesmo sendo nova na igreja logo a envolveram nas atividades, convidando-a a ajudar na recepção da igreja. Os cultos ocorriam de quarta  aos domingos. Antes do culto, eles sempre compartilhavam uma refeição juntos. Isso é algo de que sinto falta aqui no Brasil. Quando eu morava na França, uma vez por mês (se não me engano), almoçávamos juntos após o culto. Isso quando não tinham tardes de jogos de tabuleiro na igreja, que eram organizadas pelo jovens mas envolviam a igreja toda!

Solidão

Às sextas-feiras, o casal libanês com quem a Naty morava, saía para visitar os filhos e netos e, como consequência, a Naty ficava sozinha em casa. Esse tempo só e longe da família era algo novo para ela, que começou a sentir muita solidão, como muitos de nós que vamos para fora do país. Eu compartilhei da minha experiência com a solidão no 11º episódio e a Carol comentou um pouquinho sobre isso no 19º episódio.

Mas a solução da Naty foi simples e eficaz: compartilhou o que ela estava sentindo com o pessoal da igreja. E, como Gálatas e Eclesiastes dizem:

"Levem as cargas uns dos outros e, assim, estarão cumprindo a lei de Cristo." (Gálatas 6:2)

"Melhor é serem dois do que um, porque maior é o pagamento pelo seu trabalho. Porque se caírem, um levanta o companheiro. Mas ai do que estiver só, pois, caindo, não haverá quem o levante." (Eclesiastes 4:9-10)

O pessoal da igreja mencionou que havia um casal de missionários que havia trabalhado na ABU de Portugal e que tinha um filho autista que precisava de cuidados. Ela poderia trabalhar como nanny e passar um tempo com eles que falavam Português - de Portugal.


Ela então resolveu dois problemas em um: a vontade de trabalhar na Austrália e a questão da solidão. A Naty passou então a investir tempo com essa família, que havia adotado esse menininho que vinha de uma família cigana da Bulgária e pôde ajudá-lo com o Português, que era o idioma falado onde ele foi adotado (Portugal).

Transporte

Em termos de transporte, a Naty gastava em média 55 USD por semana, sendo que havia a opção de pegar barcos como meio de transporte. Aos domingos, as passagens são mais baratas.

Curiosidade

É comum ver as pessoas andando descalças pelas ruas, em especial quando chove. Na Austrália chove muito pouco, então quando chove a população comemora e gosta dessa "sensação de andar no molhado". Quem diria né? Está aí uma coisa muito diferente para nós brasileiros.

E você, o que viu de mais curioso enquanto morava fora do país? No meu caso foi comer macarrão com geleia, como contei no 22º episódio...

Até a próxima e boas viagens!

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